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Desistir ou persistir?


Há dias que não correm nada bem, as vezes semanas meses ou até anos que são muitos mais difíceis do que gostaríamos, em que tudo parece correr ao lado, em que várias coisas quebram e por mais que tentes não consegues atingir os resultados de que gostarias. Dias após dias colocas o teu foco, a tua força, coragem e vontade, mas por mais que tentes não acontece, e o que fazer? O que fazer quando nada parece ser possível de acontecer? Como manténs as esperanças quando quase nada te faz mantê-la? Como manter a fé? Será esse o objetivo da fé? Quer dizer, é muito simples ter fé quando tudo corre bem, mas quando nada parece se acertar como e onde te agarres realmente? Tenho-me debatido muito com este tema recentemente em que me decidi entregar completamente a algo que acredito, mas a verdade é que ainda não consegui nem encontrei provas que me permitam realmente sentir que é possível. Como fazer? Tem sido incrível me permitir a vulnerabilidade de não correr bem, ao sofrimento de “não ser capaz”, a raiva do “porque não?”, a anestesia do “então como?”, a verdade é que estas questões não são novas e têm-me vindo a assombrar desde há muitos muitos anos, mas durante muitos deles eu não consegui nem tive a coragem de os sentir, e dói, dói sentir todo o lado negativo, toda a luta, tudo o desespero e sufoco de querer que alto aconteça fazendo tudo que encontras a tua disposição para fazer e nada. O que fazer? Hoje o episódio que vi de uma serie recente tratava de não desistir, da dificuldade de querer encontrar algo e não saber o que é nem como a encontrar, mas a perseverança apesar desse desafio e logo após acabar o episódio ouvi pelas paredes uma outra televisão dizer o mesmo, “não desistas, se é algo que realmente queres não desistas” mas parece mais fácil na tv, não é? Numa hora ou mais, tudo acontece, tudo se supera, mas e nós? Nós, humanos não temos a duração de um filme, então será relativo saber quanto tempo realmente nós vamos demorar para alcançar algo, e durante esse tempo quantas serão as vezes que nos vamos questionar será possível. No entanto a voz prevalece do “não desistas”, a verdade é que muitas foram as vezes em que as minhas capacidades foram postas em causa, na matemática do liceu, na capacidade de fazer amigos, de amar, namorar, acabar a faculdade embora tenha feito uma pausa por causa da depressão que tive, mesmo tendo colocado em pausa a faculdade eu voltei e foi bem duro, tirar a carta que parecia impossível até fazer mais “limpo” do que achava que era capaz. Sempre duvidei muito da minha capacidade, sempre tive muito medo, parecia tão mais simples para os outros, e quem sabe até seja, mas a verdade é que eu consegui e acabei mal ou bem, eu acabei e sobrevivi assim como encontrei uma forma de conseguir. Então para mim, e quem sabe para ti, não desistas, o que parece impossível hoje, pode “só” ser a vitória de amanhã, nunca saberemos se não prevalecermos.

A maior verdade de todas é que, lá bem no fundo eu sei, que mesmo que colocasse em pausa, eu nunca iria ser capaz de desistir, não de algo que eu realmente quero e sinto como poucas coisas senti, e se eu acabei a faculdade mesmo tendo “desistido” pela depressão e ter voltado enquanto no tratamento da mesma sem ser a minha paixão, e mesmo assim consegui, o que realmente me impede de conseguir hoje, ou amanha, ou depois aquilo que eu realmente quero?

Eu decidi, mas a verdade é que sempre esteve decidido, eu apenas não sei como. Mas "o" como, vai-se sabendo…

Boas conquistas, ou melhor que isso, boas viagens.

Espero ter-te ajudado nem que seja um pouquinho,

Grata pela tua atenção,

Joana

🙏❤️🍀


A imagem não é da minha autoria.

 
 
 

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© 2020 Joana Gonçalves

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